Ordem do Dia 14/06/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

O anunciado ataque de Israel ao Irã terá efeitos em freguesias distantes. E não se resumirá na alta do petróleo.
Geopolítica aplicada, ao caso concreto, implica num relacionamento entre entidades soberanas (países), sem constrições morais, partidárias ou ideológicas. E sem tribunais.
Haveria apenas interesses. E sua imposição pela força. Sem limites determinados, teoricamente.
Se formos traduzir em conceitos do insuperável Thomas Hobbes, "quando nada mais resta a se negociar, o trunfo é paus".
E declara-se instalado o "Estado de Natureza", onde o "homem é lobo do homem": guerra, portanto.
Segundo Clausewitz, seria "a continuidade da política por outros meios". Meios sangrentos.
No presente caso, a contenda Irã versus Israel tende a resultar no fortalecimento da China, no enfraquecimento da Rússia e no ocaso da liderança mundial, que os EUA têm exercido desde o fim da Segunda Guerra.
Não por falta de meios, mas por falta de habilidade. Nesse quesito, temos Trump. O Irã encontra-se em uma situação difícil. Seu principal aliado, Putin, está atolado na Ucrânia.
Assad foi deposto: a Síria mudou de governo e grupos pró Irã, do tipo Hamas, Hesbollah e Houthis andam caindo pelas tabelas.
Israel parece favorita. Aí mora o perigo. Trump saberá exercer a necessária ponderação, num momento tão complexo? Os efeitos em Gaza e na Ucrânia se farão sentir.
Os europeus, pelo visto, continuarão choramingando. Menos alemães: sem alarde, promovem grande corrida armamentista.
E o falcão chinês, de olhinhos apertados, observará tudo de longe. Em silêncio. À espera de uma presa fácil. Ou presas.
A nós, brasileiros, caberá o ônus de um petróleo caro e de uma economia ainda mais confusa. A qual Lula poderá piorar ainda mais. Isso ele sabe fazer muito bem.
O caos viria com Zema eleito presidente, no ano que vem. Nesse caso, ao invés de comermos banana com casca, assim como o governador mineiro, ficaríamos somente com a casca... E la nave va...
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito istrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: [email protected]
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