Ordem do Dia 06/06/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Quem seria a deputada Carla Zambelli? Embora haja um hiato de anos na biografia de Zambelli, onde teria estado em local incerto e não sabido, exercendo, igualmente, atividades desconhecidas, sabemos do que não fez, nesse período.
Nada de aparentemente importante, ou engrandecedor de seu currículo, se apresentou. Nesses anos obscuros, Zambelli não se dedicou a atividades profissionais, científicas, acadêmicas, literárias, artísticas ou culturais.
Não se vê, em seu currículo oficial, nenhuma obra, ou o registro de algum feito profissional. Nem mesmo o título de "Funcionária do mês", de alguma loja do McDonald's. Ou qualquer outra coisa desse tipo.
O que teria feito Zambelli anos a fio, antes de surgir, já na casa dos trinta anos, como feminista do movimento Femen? Um grupo estranho, adepto do "top less" público? Associada a Sarah Winter, a "fogueteira" do STF?
Essa questão serve para sustentar uma possível tese: nesse período, como diria o cancioneiro popular, Zambelli procurava "uma ideologia para viver". Ou uma religião, uma seita, o que daria na mesma.
Encontrou o feminismo Femen, depois o movimento "Nas ruas" e finalmente o fundamentalismo de direita. Acabou eleita deputada federal e depois reeleita com grande votação. Além de bonita, articulada. Mas teria bom-senso?
Entretanto, seu tormento mental, sua busca essencial, não cessou. Na qualidade de parlamentar, buscou outras fronteiras, via envolvimento com o hacker Delgatti, se aventurando numa temerária molecagem contra o Xandão.
Registrando, no sistema do Judiciário, uma ordem de prisão, contra o ministro do STF, assinada por ele próprio. Além do bloqueio de seus bens. Para que isso?
Esse Xandão parece atrair cada coisa... Não me surpreenderia se, de repente, atraísse raios, pianos voadores, ET's ou encostos de almas penadas. Saravá!
Daí viria a pergunta fundamental: o que Zambelli ganhou, ou ganharia, com semelhante conduta? Talvez atormentada por essa mesma pergunta, ela acabou por se entender pistoleira fora de época, perseguindo um jornalista, que a teria "pentelhado", pelas ruas de São Paulo.
O homem saiu esbaforido e ela atrás. Ambos fora do peso. Fizeram uma corrida de rotundos. Ela acabou escorregando, bizarramente.
Não fosse pela arma em punho, seria risível, certamente ridículo. Especialmente se a moça brandisse, ao invés da arma, uma sombrinha rendada, descrita nos termos da literatura romântica... Uau! Inspiraria uma obra de Monet...
Acabou isolada pelos pares, sem amigos, considerada culpada pela derrota de Bolsonaro, como se esse precisasse de alguém para fazer besteiras por ele. Um evidente exagero.
Condenada, a dez anos de prisão pelo STF, Zambelli fugiu. Poderia ir com um "vai com Deus". E fim de papo. Não fosse o zangão zangado Xandão. Ele não costuma ir só até a metade do caminho.
Essa moça "abusou, tirou partido" do homem, em outra expressão do cancioneiro. A molecagem seria, também, crime. Novamente a pergunta: com qual propósito? Autoextermínio?
Se der samba, quem dança é ela. Mesmo sem melodia. E, certamente, fora do ritmo.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito istrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: [email protected]
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