Ordem do Dia 07/06/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

"Barracão de zinco", uma das pérolas do cancioneiro popular, evoca um tipo de moradia, típica das favelas brasileiras. E também introduz a expressão "barraco" e "barraqueiro". Nesse caso, uma questão comportamental.
Não que seja uma atitude típica das favelas, promover "barracos" escandalosos. O problema seria a proximidade entre as moradias e a pouca espessura das paredes, o que impossibilita a privacidade.
Qualquer discussão seria fatalmente compartilhada. Pelos vizinhos, principalmente. Daí o problema do "barraco" público.
Todavia, há tempos, o comportamento "barraqueiro" deixou de ser uma fatalidade social e ou a ser uma opção pessoal.
Que se verifica em todas as classes sociais, principalmente nas redes, com as mais variadas indiscrições, inclusive entre bilionários.
Notadamente no caso de Trump e Musk. Um "barraco" histórico. Visto que ambos adotam um comportamento notoriamente polêmico e se enroscam, frequentemente, com as mais diversas pessoas e nas mais variadas situações.
Há o exemplo de Musk e Xandão, entre outros muitos. Tosco. Já os "barracos" de Trump seriam tão extensos, perigosos e complicados quanto os romances russos. E nada edificantes.
Juntos, protagonizaram o embate entre o homem mais poderoso do mundo, Trump, contra o mais rico, Musk. Briga de inhambu. Jacu não entra.
O resultado é previsível: o primeiro sairá da contenda desgastado e menos poderoso. O segundo menos rico. Ambos ainda mais ridículos.
A ponto de tornarem Zambelli, a foragida, um exemplo de controle, equilíbrio e austeridade. Ambos já apelaram.
Trump ameaçou cortar os contratos das empresas de Musk com o governo dos EUA. Já Musk, que teria investido 250 milhões de dólares na campanha de Trump, acusou o presidente de crimes sexuais.
Um caso rumoroso, que envolveu a realeza britânica e resultou num "suicídio" na cadeia. Conveniente.
Trump foi eleito mesmo com uma condenação criminal, envolvendo uma atriz pornô. Seu eleitorado, embora conservador, não se deixou impressionar por isso.
Trump parece ter herdado o "teflon" do Lula, dos bons tempos. Nada cola. Musk chegou a cortar a conta de Trump no X. Trump prometeu vingança.
Parece briga de escola primária: "quem for mais homem cospe aqui". Do amor ao ódio. "As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam", disse o poeta.
Talvez reatem... E então será lindo!
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito istrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: [email protected]
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