Subnotas 06/06/25
Na coluna Subnotas, Daniel Souza Luz fala de política com humor e de humor com política

CEM
Se minhas contas não estiverem erradas, está é a centésima coluna Subnotas. Estava planejando escrever mais poemas-piadas, mas como antes de ter a coluna eu fazia reflexões sobre obras humorísticas em resenhas neste jornal, notadamente HQs, vou dedicar o espaço desta à polêmica da semana. Bem, sem contar a Carla Zambelli. Ou o Haddad e o IOF. Ou o escândalo do INSS e seus desdobra-mentos. Ah, vocês entenderam.
MIMIMI
Sou contra pena de prisão para o Léo Lins por dois motivos: por abolicionismo penal e porque ele vira mártir. Só da extrema-direita, que fique bem entendido. Do humor e da liberdade de expressão é que não é. Quando o Roger e o Marcos Kleine, ambos do Ultraje a Rigor, processaram o cartunista Gilmar por três charges nenhum oportunista desta súcia que agora tá de palhaçada manifestou solidariedade a Gilmar. Aí não era só uma piada. A única liberdade de expressão que fascista defende é a deles. Gilmar ganhou o pro-cesso na segunda instância na semana ada, registre-se.
NO BOLSO QUE DÓI
Quanto à multa pela "piada" racista, homofóbica e etcetera de Lins, por mim pode ser até majorada. Ele sabe que não era uma piada. No outro extremo ideológico, o Tiago Santineli sabe muito bem quando a do limite legal e as condenações só vem uma atrás da outra. Ele mesmo diz isso. Prefiro a honestidade intelectual dele. No fim das contas, se instâncias superiores confirmam as condenações e multas, os caras fazem vaquinhas online e os fãs que pagam.
PALHAÇOS
No dia que um pilantra desses que defendem o Léo Lins fizer um manifesto a favor da UDR 666 e outros artistas que não têm dinheiro para pagar multas que realmente são censura e têm o fito de ar-ruinar artistas independentes eu acredito na sinceridade dessas manifestações. Fora isso, não me comove o pranto de quem é ruim, como diz a Dona Ivone Lara.
A VERDADE
Tem que ser muito otário para achar que "defensor" da liberdade de expressão do Lins não teria orgasmos só de ver a turma do Pasquim presa se estivéssemos em 1970. É uma galera que sempre odiou humor. Se pudessem enjaulariam a Laerte, o Jean Galvão, o Gilmar e uma miríade de cartunistas hoje mesmo.
Pasquim presa se estivéssemos em 1970. É uma galera que sempre odiou humor. Se pudessem enjaulariam a Laerte, o Jean Galvão, o Gilmar e uma mirí-ade de cartunistas hoje mesmo.
* Daniel Souza Luz é jornalista, escritor e revisor. E-mail: [email protected]
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